segunda-feira, 16 de março de 2009

Testemunhos de uma viajante...

Pelos caminhos de Viseu, encontrámos uma jovem jornalista , desejosa por conhecer os recantos da aldeia de Castelo Rodrigo na nossa companhia.

Aqui fica então registado o seu testemunho de uma viagem realizada na terça feira passada , dia 10 de Março,de 2009.

"São 8h00 da manhã, o sol brilha e o dia convida ao passeio.
Destino: Castelo Rodrigo, aldeia situada no distrito da Guarda.
Apanhamos a A25 em direcção à Guarda, saímos em Pinhel e começa a aventura, numa viagem inesquecível.

Por entre as paisagens deslumbrantes podemos apreciar o que de melhor temos em Portugal, a natureza, o património histórico - cultural e a gastronomia.
Por entre a paisagem verde salpicada pelo branco das amendoeiras em flor, que conferem à paisagem algo único e magnífico, avistamos o rio Côa.

Subimos em direcção à Serra da Marofa, magnifico monte onde se pode contemplar a aldeia de Castelo Rodrigo, todo o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, assim como a vastidão de planícies, elevadas cordilheiras, aldeias dispersas e terras de cultivo.

Aí encontramos o Santuário da Nossa Senhora de Fátima, um conjunto de capelinhas evocativas dos Mistérios do Rosário esculpidas em pedra xistosa, característica da região, e a imagem escultória de Cristo Rei que, erguendo-se de braços abertos, como que acolhe neles toda a multidão de terras e gentes.

Descemos em direcção a Castelo Rodrigo aldeia histórica onde magníficos monumentos nos fazem recuar no tempo.

Entrámos na muralha circular onde os Torreões semi-circulares se encontram erguidos. Num dos torreões um relógio de pesos conta o tempo.

Estamos na rua do Relógio e caminhamos em direcção ao Paço do Marquês de Castelo Rodrigo (Palácio de Cristóvão de Moura). Os imponentes portões de ferro abrem-se e recuamos no tempo, através de uma breve explicação dada pela guia turística:

O primitivo castelo remonta ao séc. XI e em 1209, recebe carta de foral por D. Afonso IX de Leão.
Em 1296, D. Dinis ordena a reedificação da fortaleza e muralha.
Oficialmente e por via do Tratado de Alcanises, passa a integrar o território português, em 1297, integrada nas chamadas terras de Riba-Côa.
Durante a crise de 1383-85, na sequência do facto do alcaide-mor ter jurado fidelidade a D. Beatriz e ter recusado a entrada do Mestre de Avis, o rei ordenou que o escudo e as armas de Portugal fossem representados em posição invertida no seu brasão de armas. Brasão que se encontra pousado no chão, no interior do palácio.
Em 1590, durante o domínio espanhol, D. Filipe I eleva a Vila a condado e nomeia para o título D. Cristóvão de Moura que, no lugar da antiga alcáçova muçulmana, manda erigir um palácio residencial.
Em 1640, com a Restauração da independência, este palácio é incendiado por iniciativa popular, restando as ruínas no alto do monte, junto ao castelo.

Depois da breve explicação, observamos , junto à porta da traição (são três: Sol, Alverca e Traição) dizem que houve uma ligação até ao túnel, que levanta algumas dúvidas quanto à sua utilidade e... veracidade: há quem defenda que fazia a ligação ao Convento de Santa Maria de Aguiar, outros defendem que servia de reservatório de água. Como não há registos quanto à sua utilidade fica no imaginário de cada um.


Continuamos a visita por Castelo Rodrigo, mas fora das muralhas do Palácio, onde podemos passear e apreciar as casas reconstruídas e as ruas repavimentadas, que mantêm o traçado original e o cariz histórico.


Pelo caminho encontramos a Igreja Matriz de Castelo Rodrigo, de traça românica, que tem como padroeira nossa Senhora de Rocamador. Igreja esta edificada no século XIII por uma confraria de frades hospitaleiros, cuja função principal seria a de apoiar os romeiros que se dirigiam para Santiago de Compostela. No interior da Igreja Matriz encontra-se a imagem de Santiago Matamouros pisando a figura dum guerreiro mouro.

Mais à esquerda da Igreja podemos vislumbrar o Pelourinho de fuste octogonal com cerca de 8 metros e assente em 5 degraus, que confere a importância que a vila teve em tempos.
Descemos pela Rua da Sinagoga e ao fundo da rua encontramos a Cisterna Medieval que comprova a presença árabe na vila: é composta por duas portas, uma com estilo gótico e a outra de traçado Mourisco ( com o seu arco em ferradura).

Na rua da Cadeia encontram-se traços de grande relevo para a memória da aldeia, como a casa da Cadeia onde ainda é possível visualizar os orifícios onde eram cravadas as trancas na porta; uma casa com janela de estilo manuelino e uma outra com inscrições árabes".

Escrito por Sandra Carvalho

São pequenas ruas que nos convidam a mergulhar num passado, tão longínquo, e ao mesmo tempo tão próximo de nós...o sol de pleno inverno teima em aquecer....o tempo parece passar devagar...mas está a chegar o momento para uma primeira paragem e desfrutar de um belo almoço no único restaurante com vista para a esplenderosa aldeia..

Adivinhe que restaurante será...

Continuaremos a nossa viagem para a próxima semana.

Até lá!

1 comentário: