Cá estamos de novo, em Castelo Rodrigo, para vos apresentar a Casa de Campo “ A Cisterna”, cá da aldeia. Ficámos deslumbrados com a simpatia com que fomos recebidos pela avó dos proprietários, que nos abriu a porta da casa e mostrou-nos o seu interior.. Contou-nos que os seus netos são dois biólogos, amantes da Natureza, em especial por pássaros, que resolveram criar este espaço para receber hóspedes.
O pouco tempo que estivemos, deu-nos vontade para repousar no jardim privado, sentir a natureza, num ambiente requintado, confortável, com um olhar para o passado e para as vivências do presente da aldeia.
Chama-se “cisterna”pelo facto de se situar junto à antiga cisterna, cuja arquitectura das suas entradas chamam atenção, por quem lá passa : uma de estilo gótico ( arcos quebrados, bastante usado na Idade Média) e outra com estilo amouriscado, cujo formato faz lembrar uma ferradura, que marca a presença muçulmana na aldeia.
Terá sido construída no século XIII e reaproveitada pelos judeus a partir do século XV, quando foram expulsos de Castela e se refugiaram em Portugal. Segundo Dr. Adriano Vasco Rodrigues, a cisterna funcionaria como “ Mikwé, ou banho litúrgico dos judeus, destinado aos rituais do período menstrual das mulheres, ou aos banhos depois dos partos”, num espaço coberto( 1).
Terá sido construída no século XIII e reaproveitada pelos judeus a partir do século XV, quando foram expulsos de Castela e se refugiaram em Portugal. Segundo Dr. Adriano Vasco Rodrigues, a cisterna funcionaria como “ Mikwé, ou banho litúrgico dos judeus, destinado aos rituais do período menstrual das mulheres, ou aos banhos depois dos partos”, num espaço coberto( 1).
Trata-se de um importante marco dos judeus, que se fixaram na aldeia praticando os seus rituais , e desenvolvendo actividades como o comércio, a agricultura e a agiotagem..
Mas a cisterna viu os seus dias contados, no tempo de D. Manuel, que obrigou os judeus a convertem-se, se quisessem continuar em Portugal, em cristãos-novos , acabando por ser destruída e transformada em fonte pública, a céu aberto.
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(1) in: Adriano Vasco Rodrigues, “A Sinagoga e a Mikwéh de Castelo Rodrigo” Revista Altitude, Ano LII, nº 1-3ª série, 1993).
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(1) in: Adriano Vasco Rodrigues, “A Sinagoga e a Mikwéh de Castelo Rodrigo” Revista Altitude, Ano LII, nº 1-3ª série, 1993).
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