segunda-feira, 2 de março de 2009

Depois de uma excelente estadia nas Casas do Coro e de um café da manhã de chorar por mais, está na hora de retomar a última etapa da nossa visita a esta aldeia de Marialva, como Saramago disse: «o lugar bruxo onde o passado nos diz “Aqui estou” e fica a olhar-nos, em silêncio à espera ».


Aqui estamos nós, então no alto da Cidadela em ruínas (onde ninguém mora desde princípios do séc. XIX), dentro das muralhas do castelo cujo formato de um barco convida-nos a “navegar” para Sudoeste, avistando num horizonte de perder de vista uma imensidão de terras recortadas por vales e pela serra da Marofa.


Este castelo tem três portas: Porta do Anjo da Guarda ou S. Miguel, Porta do Monte ou de Santa Maria e Porta da Traição.

Representou um papel importante ao longo de vários momentos decisivos da História de Portugal, uma vez que fazia parte da linha defensiva de castelos estrategicamente implantados ao longo da fronteira com a actual Espanha.


Para além disso, Marialva ganhou grande importância na região quando D. Dinis criou uma feira mensal em 1286. Realizava-se todos os dias 15 do Mês, onde os feirantes gozavam paz (não podiam ser incomodados, seja por dívidas ou até por crimes cometidos). Teve impacto não só ao nível económico, mas também a nível cultural, como ponto de encontro para transmissão de conhecimentos entre populações oriundas de várias regiões.


E agora que estamos na zona mais elevada das muralhas, encontramos a Igreja Matriz de Santiago, a Capela do Senhor dos Passos e a Torre de Menagem.



Segundo a tradição, foi nesta torre que viveu a princesa Maria Alva, que terá dado origem ao nome da aldeia e à famosa lenda da Dama dos pés de cabra.

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