Antes de partirmos, rumo a uma nova aldeia, aqui fica um vídeo sobre Castelo de Marialva... e a vontade de lá voltar...sempre que tiver saudades daquele enigmático lugar...
E agora é tempo de voltarmos à estrada a caminho de Castelo Rodrigo, em terras entre o Douro e a Beira Alta, onde começa o "Riba Côa" e define fronteira com Espanha.
Para lá chegar, temos duas alternativas:
percurso 1 Marialva-Castelo Rodrigo(clique aqui):
- ponto de partida Marialva entra-se na Ip2/EN 102 até Vila Nova de Foz Côa;
- segue-se em direcção a Castelo Melhor pela estrada nº222;
- cortando para Almendra pela estrada nº332 em direcção a Figueira Castelo Rodrigo até encontrar lá no alto do monte a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo.
Nota: São 60 km, com a duração de uma hora ( de carro);
percurso 2 : Lisboa- Castelo Rodrigo ( clique aqui):
- ponto de partida : Lisboa , entra-se na A1 (Lisboa-Porto)
- saída Abrantes -Torres-Novas para apanhar a A23 (direcção à Guarda)
- saída em direcção a Sabugal/Pinhel, pela A25/IP5,
- em seguida toma-se a estrada nacional 324 em direcção a Almeida;
- segue-se a estrada nacional nº 340 e depois a estrada nº 332 quando passar em Arabalda do Poço, em direcção a Castelo Rodrigo.
Nota:distância do percurso : 376 km; duração cerca de 4 horas; custos de portagem : 2,80€
E cá estamos, na linda aldeia de Castelo Rodrigo!
"Situada no cume de um monte de 820 metros de altitude, a nascente da serra da Marofa e a 5 km a sudoeste de Figueira de Castelo Rodrigo. É deslumbrante a panorâmica que se admira do local, abrangendo terras de Espanha, Trás-os-Montes, Douro e Beiras."(1)
Antes de conhecermos a aldeia, proponho fazer uma breve viagem pela sua História:
" A fundação de Castelo Rodrigo remontará ao tempo dos Túrdulos que, cinco séculos antes do nascimento de Cristo, terão habitado a região. Posteriormente, Romanos e árabes foram outros povos invasores que se asenhorearam dos férteis terrenos(...)(2)" em volta.
Mas na realidade, quem deu o nome e fundou a actual aldeia foi o conde Rodrigo Gonzáles Girón do reino de Leão, no início do século XII, que depois da luta contra os mouros construiu uma muralha no alto do monte sobre um rochedo. Daí o nome de Castelo Rodrigo
Por volta de 1209 Castelo Rodrigo tornou-se numa povoação fortificada , como parte integrante da linha defensiva do reino leonês da margem direita do rio côa ( oposta à linha defensiva portuguesa da margem esquerda) onde tambémfaziam parte Castelo Melhor, Almeida, Castelo Bom e Sabugal .
A Aldeia foi disputada pelos reis cristãos ( de Leão e de Portugal) e pelos mouros. O interesse pela terra devia-se , não só pelos terrenos bastante férteis, mas também pelo facto de ser um importante ponto estratégico para a defesa das suas terras recém-reconquistada.
Depois de passar por várias mãos, Castelo Rodrigo foi a última terra de riba-côa que se tornou definitivamente portuguesa com o Tratado de Alcanices, em 1297 no reinado de D. Dinis.
Mas os tempos de paz foram pouco duradoiros por estas terras...e vamos procurar descobrir porquê, e saber mais sobre esta magnífica terra na próxima semana...
Até lá!
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nota:Bibiografia:
- Borges, Júlio António, "A natureza, o homem e a arte- roteiro turistico cultural", Município de Figueira de Castelo Rodrigo, 2000.
- da Cruz ,Manuel Braga, "Castelo Rodrigo e o convento de Stª Maria Aguiar", Junho 2006;
Comentário ( do sapo)
ResponderEliminarEste comentário é tardio, pois só muito recentemente tive a oportunidade de aceder a Aldeias históricas de Portugal e demais blogues, bem como às blogagens colectivas dinamizadas, relativamente às quais cumpre-me louvar a iniciativa do dinamizador e dirigir-lhe as minhas sinceras homenagens pela adesão que têm tido. No que respeita ao presente post, é evidente que este espaço espaço não é, nem se deve pretender que seja, um fórum vocacionado para discussões de ordem historiográfica, mas permita-se-me que aproveite a oportunidade para propor que se faça uma pequena rectificação na resenha histórica relativa à aldeia de Castelo Rodrigo, tal como se encontra publicada, sob pena de suscitar uma interpretação desvirtuada dos factos . Refiro-me ao seguinte excerto, a propósito do qual me vejo perante a obrigação de fazer 2 comentários: «Mas na realidade, quem deu o nome e fundou a actual aldeia foi o conde Rodrigo Gonzáles Girón do reino de Leão, no início do século XII, que depois da luta contra os mouros construiu uma muralha no alto do monte sobre um rochedo. Daí o nome de Castelo Rodrigo» 1.A relação entre Rodrigo González Girón e topónimo em causa é uma conjectura com mais de dois séculos e meio de existência e que radica num cronista natural de Ciudad Rodrigo, de nome António Sánchez Cabanas que, sem qualquer prova documental, atribui ao nobre leonês a reconstrução e repovoamento desta cidade, cujo nome recebido em sua homenagem se terá estendido a outros lugares da região. Resulta daqui que a menção a essa relação deve ser feita apenas como uma hipótese (há outras!). 2.Rodrigo González Girón, senhor de Carrión de los Céspedes nasceu, segundo os genealogistas de Portugal e Espanha cerca de 1150, isto é, em meados do século XII. Espero que este meu primeiro comentário não seja interpretado como um comentário depreciativo ao vosso excelente trabalho que vejo estar orientada para outras áreas, que não apenas a da mera informação histórica, cuja procura de rigor, reconheço, a torna, muitas vezes enfadonha para maioria dos visitantes do blogue. Um Abraço. Leonel Salvado
Caro Leonel:
ResponderEliminarÉ com muita satisfação que recebo o seu comentário. O blogue das Aldeias Históricas de Portugal foi criado a pensar na divulgação da rede das 12 Aldeias Históricas. Concordo consigo quando diz que acaba por ser um pouco enfadonho, quando procuramos dar algum rigor na informação histórica das mesmas. Pretendemos com isso que as pessoas possam ter acesso ao conhecimento mínimo sobre a História de cada uma delas, para que possam visitá-las posteriormente com "outros olhos".
Quanto à questão que coloca, a propósito da origem de Castelo Rodrigo, agradeço a sua contribuição. Pois é uma mais valia para que os nossos leitores possam compreender a grande complexidade da História das Aldeias , que nunca pode ser considerada como acabada , nem definitiva. Todos os dias surgem teorias à volta de questões, como esta que levanta. Mas são essas questões que despertam a vontade para saber mais sobre a nossa terra, que faz parte da nossa identidade e da nossa cultura portuguesa.
Espero encontrá-lo mais vezes por aqui.
Cumprimentos, Susana Falhas