segunda-feira, 19 de outubro de 2009

As casas de Sortelha





















Esta imagem, podemos pensar que alí já esteve, provavelmente uma casa. Achei curiosa a forma como aproveitaram o rochedo para erguer uma entrada.



O que resta são apenas ruínas... são poucas as que se mantêm erguidas. Um dia aquelas pedras duras, já foram alvo de admiração e de orgulho de quem as colocou aí. Agora não passam frágeis e esquecidas pedras, mas cheias de orgulho e desejosas para nos contarem imensas histórias vividas ali, fosse dentro ou fora de quatro paredes.

Cada casa que encontramos tem uma história para contar. Nelas é possível imaginar como seria viver noutros tempos e adivinhar o estatuto social dos primeiros ocupantes da aldeia. A diferenciação social reflecte-se no modo como contruiam as casas. Quanto mais trabalhada a pedra, maior era a fortuna e a importância de cada família.















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Na aldeia de Sortelha não é excepção. A maioria dos fogos intra-muros são casas de camponeses, ainda muito bem conservadas, cuja construção em pedra granítica é a mais simples possível. Sem qualquer decoração arquitectónica, são casas habitualmente com dois pisos: o térreo onde guardavam os produtos agrícolas e os animais; e o piso de cima, destinado à habitação , cujo acesso habitualmente era feito pelo balcão (escadas externas à casa). São poucas com pequenos alpendres , onde ainda hoje podemos encontrar uma pequenina horta, com duas valências: para enfeitar e para servir de ingrediente da sopinha caseirinha.

Encontramos também casas pertencentes a grandes famílias da região, com construções que oscilam entre o séc. XIII-XVIII.

Exemplos como aquelas que encontramos logo à entrada da aldeia.











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  • a casa número um, cujo balcão e janelas, embora trabalhadas com simplicidade, não passam despercebidos. Terá pertencido à família Ferreira Ferraz, antigos alcaides de Sortelha.
  • a casa setecentista e a casa dos Falcões, embora tenham sofrido alterações posteriores, partilham um belissimo balcão geminado que dava a cessoào sio da habitação. Actualmente o edifício setecentista foi recuperado para restauração onde pode experimentar pratos gastronómicos típicos da região.

Brevemente iremos mostrar outras belíssimas casas de sortelha, que valem a pena serem olhadas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sortelha: o que te espera, depois dos momentos gloriosos?




Imagem retirada da Internet: Bracejo

Passeando pelas ruas de Sortelha, encontrámos duas senhoras, a Felismina e a Encarnação, sentadas a conversar em banquinhos de madeira a apanhar o sol da tarde, enquanto trabalhavam . Não estavam a fazer rendas, nem arraiolos, como é normal por estas bandas. Estavam a fazer pequenos guarda-joias, cestinhas, entre outros objectos de decoração em bracejo, para vender aos turistas. O bracejo é uma planta que recolhem no campo e, com a ajuda da ráfia e da agulha, entrelaçam-na tranformando nesses singulares objectos. Dizem ser uma forma de se entreterem e de ganharem algum dinheirito, já que as suas refomas são tão pequenas. Em conversa , ficámos a saber que são poucas as pessoas que neste momento habitam no arrabalde, onde foi inicialmente erguida a aldeia: apenas 8: são 7 adultos e uma criança.

O que aconteceu àquela gente que já encheu a aldeia de alegria e de muita vida? Disseram elas que tiveram que sair, em busca de trabalho...alguns resolveram afixar-se no Fundão, outros em Lisboa e muitos no estrangeiro. Agora só voltam para passar férias no verão.

Uma realidade semelhante a tantas outras aldeias do interior... em que a aldeia já foi um lugar fundamental para a consolidação da independência, em relação ao Reino de Leão, e incentivado para o seu povoamento e afixação, pelo rei D. Sancho I. A partir de 1181, foi reconhecida pelo seu neto, D.SanchoII, com a atribuição do primeiro foral .

A construção do seu castelo, a 800 metros de altura , apesar da sua conclusão tardia(sec.XIII), confirmou a sua importância, enquanto ponto estratégico para a defesa do território, face às condições naturais que oferecia para uma vigilância mais eficaz, em relação aos nossos vizinhos, que muito cobiçavam esta aldeia.

Feito o Tratado de Alcanises, Sortelha passou a ser oficialmente integrada no nosso território, tal como todo ribacoa, perdendo assim a sua importância estratégica. Ao logo de vários séculos o Castelo foi alvo de várias obras e restauros, especialmente durante o reinado de D. Manuel I, que lhe devolve a sua importância com a promulgação de um novo foral em 1510 e a colocação do seu pelourinho.

O último grande momento de Sortelha terá sido no século séc. XIX, com as invasões francesas, em que parte da muralha caiu, durante as lutas aí travadas.

Hoje o Castelo é considerado Monumento Nacional, para além da aldeia ter sido classificada como Aldeia Histórica de Portugal.

Agora, Sortelha tem sido fonte de inspiração de grandes nomes, como Saramago, onde predomina o sossego, a tradição, a calma, a ruralidade, a genuidade, em cada rua, em cada casa, em cada janela.
A memória, o legado heroicamente conquistado com sangue e suor é uma marca bem presente em cada pedra deste lugar.

Aqui é possível imaginar o quotidiano simples dos seus habitantes, que se levantam para tratarem das suas hortinhas no arrabalde até ao final do dia. Ao serão, em pleno Inverno, aconchegam-se no interior das suas casinhas de granito, enquanto se aquecem à lareira, ouvem histórias misteriosas de mouras encantadas e tesouros escondidos, contadas pelos mais velhos anfitriãos.

Agora, deixo esta pergunta, com que iniciei toda esta prosa, para quem quiser comentar:

Sortelha: o que te espera, depois dos momentos gloriosos?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Alguém sabe?

Adivinha qual foi a Aldeia escolhida para servir de cenário para este anúncio!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Uma caminhada até ao Castelo


   Chegou Setembro e cá estamos nós na aldeia de Sortelha . Para recomeçar esta nossa viagem pelas Aldeias Históricas, proponho-vos fazer uma caminhada, pelas suas ruas até ao Castelo.
Preparados? Aqui vamos nós!
Estamos então numa das entradas  para a aldeia, em frente à porta da vila, conhecida pelos populares como "entrada", onde podemos espreitar já (na segunda foto) o Largo do Corro. Foi nesse largo, à sombra que esteve o Saramago a descansar, numa viagem que realizou para visitar as aldeias contempladas no seu livro  "A viagem do Elefante".
Um largo muito amplo, onde o antigo e o moderno se  confundem:
 Mesmo em frente encontramos a Casa dos Falcões, datada do séc. XVI , onde actualmente funciona um Restaurante D. Sancho .
Na imagem que segue encontramos o Posto de Turismo da aldeia, com uma arquitectura que marca a presença no nosso tempo, num ambiente medieval.
Seguindo a Rua da Fonte, do lado do restaurante, temos a oportunidade de apreciar as belas casas de pedra granítica tipicamente beirãs até chegarmos  ao Largo do Pelourinho; onde encontramos o acesso ao Castelo e à Torre, pelo Passo da Via Sacra .
Pela Porta do Castelo entramos no Castelo. Grande parte da muralha e da torre assentam directamente sob afloramento rochoso. 
Apresenta um balcão mata-cães, conhecido por "Varanda de Pilatos"ao lado das armas reais em baixo relevo, de onde é possível apreciar a aldeia. Do alto da varanda consegue-se imaginar e sentir o poder de quem dirigia a palavra  aos aldeões.
Circulando à volta da muralha, de formato ovalado, temos acesso a uma paisagem de cortar a respiração. Uma beleza ímpar de vales e montanhas, onde era possível ficar à sentinela e detectar o inimigo a léguas de distância. A não esquecer passar pela pequena porta da traição (por onde muitos fugiam, em situações de guerra), onde pode-se deslumbrar  esta paisagem.
E a nossa viagem fica por aqui.
Na próxima semana vamos desvendar mais histórias interessantes sobre Sortelha.
Até lá uma boa semana!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sortelha: Origens e lendas ( parte 2)

"O beijo" Foto gentilmente cedida pela Capeia Arraiana

(...) De madrugada levantou-se e foi ao quarto da filha, onde não a encontrou. Entrou em pânico e foi procurá-la para o alto da torre. Tudo parecia calmo até que de repente viu a filha nos braços do príncipe árabe. A fúria foi tão grande,, que lançou um feitiço sobre os dois amantes, que de imediato desapareceram.
De manhã, para o espanto de todos, viram que no lugar onde foram apanhados os amantes, estavam duas grandes pedras, como se se estivessem a beijar.

Quando as tropas invasoras descobriram que o príncipe tinha desaparecido misteriosamente, abandonaram o cerco de Sortelha
E quanto aos penedos… ficaram conhecidos como os penedos do beijo eterno e ainda lá estão para qualquer um poder apreciar.
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E por hoje ficamos por aqui nesta viagem!
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Estamos em pleno Agosto, tempo de férias e de muitas festas cheias de alegria e de tradições.
O blogue Aldeias Históricas de Portugal vai de férias e regressa em Setembro, com muita força e novidades.
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Até lá, deixo-vos sugestões de leitura e de passeio, postadas na Aldeia da Minha vida, a propósito da Blogagem Colectiva "Festas e Tradições".
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Convido-vos a participarem activamente na blogagem como leitores, comentadores e votantes. Está lá um texto do blogue Capeia Arraiana, onde fala das tradições da região de Sabugal, o concelho onde se encontra inserida Sortelha a aldeia que estamos a abordar aqui.
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Há prémios para o melhor texto, melhor comentador e bloguista do mês.
Estaremos de férias, mas vamos acompanhar a par e passo esta blogagem, até dia 10 de Setembro.
Não falte a esta festa e participe, e...
.... Boas férias, se está de férias, e/ou bom trabalho, para quem não está ou já gozou as férias.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sortelha: origens e lendas



Sortelha

Foto da Olho de Turista

Sortelha é um nome, por si só, fora de vulgar.

Há várias versões que explicam a sua origem. Há quem defenda que a sua toponímia derive dum anel “Sortija” ou “Sortela”. Era utilizado num jogo medieval, uma espécie de corrida a cavalo, em que os cavaleiros tinham como principal objectivo alcançar o dito anel, com a sua lança . Um jogo que já tive a oportunidade de presenciar este ano em várias recreações de feiras medievais de Castelo Mendo, Monsanto e de Trancoso, todas elas também Aldeias Históricas de Portugal. Para exemplificar, segue-se uma fotografia desse jogo medieval muito apreciado na época.



Recriação do Jogo do anel "sortela" Foto da Olho de Turista

No entanto, há quem defenda que se trata, não do anel utilizado no referido jogo, mas segundo Viterbo, “ um anel de pedras com poderes especiais, semelhante ao anel das feiticeiras”, baseando-se na palavra ”Sortel”.

Ainda à volta da ideia de magia, segundo Marcos Osório, um arqueólogo,”o topónimo poderá derivar da palavra medieval –Sorte-, uma pequena parcela agrícola”, dada a pouca fertilidade dos terrenos, havia sempre a esperança de serem agraciados com uma sorte pequena…
Por ouro lado, há quem associe Sortelha ao formato ovalado do próprio castelo e da aldeia em si.(1)

Qualquer uma delas, são versões bem fundamentadas,… e por alguma razão o brasão da freguesia de Sortelha tem um anel de ouro com pedra de rubi, como se fosse uma aurela sobre o belo Castelo e o relevo montanhoso da região, ondeado de azul , que representa o rio Liz que aí atravessa.


Brasão de armas da antiga Vila de Sortelha
(retirada da internet)

Simpatizei com a ideia da magia, de poderes ocultos, pelo encanto que já tive a oportunidade de sentir, quando estive nessa linda aldeia… talvez por causa de ter ouvido falar da lenda do beijo eterno:

Sim, há uma lenda do beijo eterno, que irei contar já a seguir:

Foto da Olho de Turista


Conta-se que durante as lutas entre cristãos e mouros, moravam no castelo, o alcaide, a sua mulher e a filha. Todos diziam que a mulher, tinha poderes mágicos. O castelo foi muito tempo cercado por sarracenos, que pretendiam recuperar o castelo. Tanto tempo que a única distracção da donzela era espreitar, entre as muralhas, o que faziam as tropas nos seus acampamentos. Entre eles destacou-se um jovem árabe. Passava horas a observá-lo, montado a cavalo, até que um dia ele reparou nela, escondida na muralha. Começaram a comunicar-se por gestos e às escondidas, pela calada da noite, o príncipe deixava-lhe presentes, no lugar onde a via.

Foto da Olho de Turista

A mãe sentia que algo mudou com a donzela, que andava muito feliz, risonha e muito cantarola. Quando os pais começaram a falar em casar a donzela com o alcaide de Sabugal, a mãe teve a certeza que havia ali motivos para a vigiar, face a reacções suspeitas da filha.

Apesar de a vigiar, nada conseguia descobrir, até que uma noite, a jovem, recolheu-se mais cedo para o quarto, com o pretexto de sentir dores de cabeça. A mãe teve a ceteza que essa noite ia acontecer alguma coisa... (2)

O que aconteceu nessa noite... só irei contar na próxima semana.


Mas antes de terminar este post, gostaria de deixar algumas sugestões, para quem quiser passar por estas lindas aldeias, em plena época de férias, festas e muita animação para o mês de Agosto, a destacar:


Descubra outros eventos deste mês, aqui .
Agora, sim até para a próxima semana e, se está de férias, boas férias!


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Observações:
Bibliografia:
(1) in: Graça, Eduardo (Direc. de), Sortelha, Carta de Lazer das Aldeias Históricas, Janeiro de 2000 (edição gentilmente emprestada pela Casa do Castelo, do Sabugal).

(2) -Ramalho, Margarida Magalhães, Aldeias Históricas, Colecção Espírito de Lugar, Edições Inapa,
2006.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Um primeiro olhar sobre a aldeia de Sortelha

Entrada  de Sortelha
Depois de sairmos de Castelo Mendo  e  chegarmos a Sortelha, o nosso olhar de turista prende-se à imagem soberba e grandiosa do seu castelo, erguido num esporão granítico, entre o cabeço de São Cornélio e a serra da Opa.

 Saramago passou por lá e com seu olhar, que já viu tudo um pouco por este mundo fora, escreveu  sobre Sortelha, assim:

"Tudo nestas paragens são grandezas, mas para Sortelha, aldeia de sortilégio, não se encontrará comparação fácil."
Castelo e paisagem envolvente
Foto Olho de Turista

"(...) Entrar em Sortelha é entrar na Idade Média (...). O que dá o carácter medieval a este aglomerado é a enormidade das muralhas que o rodeiam, a espressura delas, e também a dureza da calçada, as ruas íngremes, e, empoleirada sobre pedras gigantescas, a cidadela, último de sitiados, derradeira e talvez inútil esperança. Se alguém venceu as ciclópicas muralhas de fora, não há-de ter sido rendido por este castelinho de brincar."
                                                                                                  in Saramago, José,"Viagem a Portugal "(1)

                                                Uma das muralhas referidas por Saramago
                                                                Foto Olho de Turista
Como Saramago, também eu fiquei rendida aos seus encantos, num primeiro olhar sobre toda  a sua  envolvência paisagistica, patrimonial e humana  concentrada nesta simpática aldeia.
O "caracter medieval" que Saramago nos fala está presente em cada pedra granítica, em cada rua, em cada casa que passamos ... e quando chegamos ao ponto mais alto do castelo, conseguimos imaginar a verdadeira paixão dos nossos heróis por este lugar, por esta  paisagem soberba, de cortar a respiração.
Rua da aldeia
Foto Olho de Turista
Para a próxima semana, convido a mergulhar na sua História, com cuiriosidades, como a origem da sua toponímia.
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Observações:
(1) : In:Saramago, José, "Viagem a Portugal", 17ª edição, Caminho, 1998.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A caminho de Sortelha!

Agora chegou a vez de conhecermos a linda Aldeia Histórica de Sortelha, conhecida pela terra do anel. Fica localizada na zona da raia, mais precisamente no concelho de Sabugal, Distrito da Guarda.

Para chegar lá é fácil!

Para quem está a seguir a nossa rota das Aldeias Históricas de Portugal, saindo de Castelo Mendo (concelho de Almeida) pela EN 16 , segue em direcção a Sortelha pela EN 324.

É um percurso curto, com a duração de 49 minutos, onde terá a oportunidade de conhecer paisagens lindíssimas, os campos e as lindas e pequenas povoções que terá a possibilidade de apreciar ao longo da estrada secundária até Sortelha.

Antes de lá chegar, não deixe de parar para conhcer a linda terra de Sabugal, que também tem um castelo lindíssimo, e onde nasce o famoso rio Côa, que desagua no Vale de Côa e que serviu de marco de fronteira entre Portugal e Castela, nos tempos do nasimento e cresimento do nosso país. Sobre essa linda terra ainda iremos falar, brevemente!

Ver A nossa viagem pelas Aldeias Históricas de Portugal num mapa maior

Para quem vem, por exemplo de Lisboa, terá pelo menos cerca de 3 horas de caminho pela frente:
- Entrada pela A1 direcção ao Porto
- Saída em direcção Abrantes/Torres Novas para apanhar a A23
- Saída nº32 em direcção a Caria
- Entrada na N18-3 em direcção a Sortelha/Sabugal

Pode visualizar aqui o caminho a seguir.


Para quem vem do Porto, a viagem terá a duração de cerca de 2h e 30 m , com as seguintes indicações:
- entrada na A1 direcção Aveiro;
- apanhar a A25 em direcção à Guarda
- saída 30 direcção a Lisboa, para apanhar a A23
- saída 32- direcção a Sabugal, Caria, Belmonte
-seguir estrada N18-3 em direcção a Sortelha

Pode visualizar aqui o caminho a seguir

Atenção caros leitores, são apenas indicações, pois não estou a convidar a acompanhar a nossa viagem que vem apenas do Porto ou de Lisboa. Para aqueles que venham de outras lindas terras, faço uma sugestão: clique no mapa e faça o seu percurso, para ter uma ideia do percurso que vai fazer.

Vai ver que é fácil!
E ficamos por aqui. Já temos as coordenadas para seguir viagem para a próxima semana.

Ate lá, deixo um cheirinho de Sortelha, para abrir o apetite!


Video: OLHO DE TURISTA, LDA

Desejo a todos uma boa semana e até à próxima segunda-feira!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Despedida de castelo Mendo

Quem quiser vir a Mendo
Pode vir quando quiser
Pois está cá todo o ano
Pronta para o receber.

Vou só deixar algumas dicas
Para se orientar e deslumbrar:
Se puder, peça ajuda à Presidente da Junta
para melhor conhecer à aldeia, de preferência com marcação.
Pois não funciona o Posto de Turismo, que tanta falta lá faz!

Aprecie bem as casas beirãs, com o seu balcão e o acesso à habitação .
Foto: OLHO DE TURISTA, LDA

Umas mais bem conservadas e fiéis aos outros tempos do que outras.


Foto: OLHO DE TURISTA, LDA
Umas rústicas, outras com marcas senhoriais, outras com fins e serviços mais nobres, como do antigo tribunal e cadeia , estão aqui quietas e paradas, para se deslumbrar e mergulhar noutros tempos.
Foto: OLHO DE TURISTA, LDA
Não deixe de descobrir a Casa da Menda e o Mendo, a Casa Filipina, as Casas Manuelinas e os seus balcões com alpendre.

Aprecie as portas e janelas trabalhadas, como esta.

Foto: OLHO DE TURISTA, LDA

Não tenha medo, senhor turista!
Experimente sensações de outros tempos
Respire a História, reviva os momentos
Do nascimento ao esplendor, seja o artista
O grande heroi , o defensor dos castelos
Leal a Mendo e ao Côa, contra os castelhanos.
E nada melhor do que ir à Feira Medieval
Recriado às portas da Primavera, todos os anos.

Foto: OLHO DE TURISTA, LDA
Quando lá for, não deixe de procurar o Penedo dos Desejos, pois dizem que quem lançar uma pedra na direcção do barroco, pode pedir um desejo, que ele se concretizará e preste bem atenção Foto: OLHO DE TURISTA, LDA

Pernoite na Casa do Corro, uma casa de Turismo
Aprecie os queijos, os enchidos e compotas artesanais
Na única lojinha que lá existe
Para o prazer de saborear bons petiscos...
terá que procurar outros locais de proximidade...
quem sabe em Almeida ou Vilar Formoso...
E, é claro, não se esqueça de consultar outras dicas, anteriormente publicadas aqui neste blogue, sobre esta linda aldeia.
Na próxima semana iremos em direcção a uma nova aldeia, próxima desta.
Os leitores mais atentos, certamente saberão qual.
Até lá , uma óptima semana!


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Castelo Mendo e as três Igrejas:

São três as Igrejas de Castelo Mendo, cada uma com uma História para contar:
a Igreja de Santa Maria, a Igreja de S. Vicente e a Igreja de S.Pedro

A primeira, durante séculos, construída ainda antes da fundação de Portugal no ponto mais alto do monte onde se avista Espanha , foi referida no foral de D. Sancho II .É"(...) uma igreja com uma fachada do românico mais primitivo, onde no interior, os estilos se misturam ao longo dos séculos(...)" .


Desta destaca-se uma grande escadaria, que coriosamente corre de norte para sul, dando entrada , com um arco de volta perfeita a um edifício a céu aberto e um arco ogival a separar a capela-mor do corpo da Igreja.



O pavimento é repleto de sepulturas com inscrições quase ilegíveis . E nesta fotografia notas- as constantes restaurações que foram feitas nesta Igreja, na porta de entrada.

Consta que nesta Igreja esteve uma estátua de Nossa Srªdas Dores "sentada, de mãos entrelaçadas e olhos para o céu ".
Tinha também uma capela lateral, com um brasão ostentado em cima do arco.
Agora dela apenas restam ruínas...


A Igreja de S. Vicente, encontra-se à entrada Da povoação de Castelo Mendo. Simples, com apenas uma nave em formato de cruz latina, cujo arco-cruzeiro separa a capela-mor do corpo da Igreja.

Há destacar o tecto do corpo da Igreja em formato de tabuleiro, cuja pintura terá sido de mãos de artistas moçárabes, vindos de Espanha. O tecto da capela -mor apresenta uma pintura mudjar, ´em mau estdo de conservação Os altares presentes da Igreja estão decorados com talha dourada, para embelezar santos ,como Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Socorro e o Calvário.



Para além disso esta Igreja tem um pupilto em granito, forrados com paineis castanhos, sobre os quais encontra-1se uma "graciosa pintura chinesa dourada", sob o fundo dourado.

A terceira Igreja, de S. Pedro encontra em frente ao pelourinho da aldeia,datado no século XVII, cuja torre sineira, particularmente o sino, que segundo Amorim Carvalho, terá sido feito em 1437, foi alvo de admiração na Exposição do Mundo Português em Lisboa em 1940.

Para além da Igreja tinha uma relíquia : o "Missale Romanum", que teria sido a primeira edição feita em Portugal, depois de Concílio de Trento.

Observações:

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in: Carvalho, Amorim de, " Castelo Mendo", um conjunto Histórico a preservar, edição do autor, Abril 2000.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Bodas Reais em Trancoso

Hoje não continuamos a nossa viagem por Castelo Mendo, em virtude de optarmos por noticiar um evento único e imperdível, por nós divulgado nos nossos blogues e que se segue.

Para o leitor habitual, o nosso pedido de compreensão para este facto. Penso que não fica a perder. A viagem continuará na próxima segunda feira por Castelo Mendo.


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Este fim-de-semana estivemos num evento imperdível: as Bodas Reais Del Rei D. Dinis e da Infanta Dona Isabel de Aragão, na Aldeia Histórica de Trancoso.

Hoje em dia Trancoso é sede de Concelho e integra o distrito da Guarda.
Com um castelo imponente, que se destaca com harmonia de uma linha circular de muralhas, assim é delimitado o seu Centro Histórico.
Com um património único edificado intramuros, obtém-se assim um majestoso conjunto fortificado que lhe permitiu aceder á restrita classificação de Aldeia Histórica de Portugal.

A beleza de Trancoso não se cinge apenas a isto que abordámos muito de leve. Há paisagens belíssimas em redor de Trancoso e um tempo denso de história que nos fazem voar a imaginação para a Idade Média.

Por isso ousamos exibir um pouco das cerimónias das Bodas Reais que presenciámos, só para despertar o seu interesse.

À semelhança do que fizemos com Castelo Mendo e com Monsanto, apenas levantamos agora a ponta do véu, para mais tarde, a seu tempo, abordar com detalhe cada uma destas Aldeias Históricas de Portugal.

Convido-o (a) a ver a pequena animação que fizemos e que se segue. A mesma encontra-se também no “You Tube. Com” (Search: susanafalhas) e no “Sapo.pt” – Canal de Vídeos (Procurar: olhodeturista). São já um total de 24 vídeos sobre as nossas Aldeias Históricas.

Aproveite bem e … quem sabe, talvez possa visitar alguma delas em breve.





segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um Castelo quase esquecido no monte ...

Um olhar acarinhadado por um lugar que já teve outra atenção dos nossos reis, que viam nele um futuro, um orgulho , pelo esforço de o encher com vida.



Foto Olho de Turista , Lda

Uma terra onde eram todos bem vindos, até os criminosos perdoados ...graças ao "Couto dos Hominiziados", para garantir o crescimento de Castelo Mendo e assegurar a defesa militar da raia.

Muitas foram as lutas, desde o nascimento da nossa nação, as Guerras da Restauração, as invasões francesas, às lutas liberais.

Em cada momento da nossa História, Portugal contou com Castelo Mendo, que com coragem desempenhou o seu papel !

Muitos foram os golpes, as destruições, bem visíveis especialmente no recinto do alto do castelo românico-gótico, situado num cabeço a 762 m de altitude.

Foto Olho de Turista, Lda
Aqui ainda encontramos sepultado um heroi (cuja leitura da lápide é difícil de identificar), num local onde já foi um cemitério, no séc. XIX, bem como várias pedras sepulcrais antigas no pavimento do interior da Igreja da Santa Maria do Castelo.
Foto Olho de Turista, Lda



O castelo já teve dois núcleos amuralhados, a cidadela e a barbacã, da qual pouco ou nada restam. Consta que o castelo já teve muros fortes, com oito torreões, que terão ficado arruinados, na sequência do terramoto de 1755.

Ainda apresenta seis portas medievais:entre as quais, a Porta da Guarda, Porta do Castelinho, Portas de D. Sancho, Portas da Vila, sendo que a Porta Principal tem colocados de lado dois "berrões", figuras zoomórficas e monolíticas.


Foto Olho de Turista, Lda
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Um castelo que vale a pena visitar.
No meio da sua ruína, reina uma beleza paisagística sem igual, onde a fronteira humana pouco ou nada significa para os olhares de um turista, mas valeu a própria vida noutos tempos e noutros palcos!

Foto Olho de Turista, Lda
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Por agora delicie-se com esta paisagem ( virtual) e cá estaremos , mais uma vez na próxima segunda-feira para descobrir mais sobre esta linda terra.
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Uma óptima semana para todos!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um momento de (quase) poesia

Vista parcial de Castelo Mendo
Foto da Olho de Turista, Lda

Castelo perdido no monte
entre paisagens soberbas da Beira,
e as terras de Salamaca,
cuja visão atordoante acompanha
o rio Côa, que nasce a sul,
por terras de Sabugal
e desagua a norte, à porta do Douro.




Perdido no silêncio, que perdura
Em cada pedra granítica que ainda resta
Guardando para si longas e intermináveis
histórias de disputas de dois reinos,
por um país, um castelo, uma terra , uma vida.


Foto da Olho de Turista, Lda


Um dia este castelo teve vida!

Nas mãos de D. Sancho I,
Tornou-se numa importante vila.
De D. Mendes Mendo
escolheram para Alcaide
E o nome à terra, em sua honra.
Nas mãos de D.Dinis,
Nasceu a primeira feira portuguesa.




Foto da Olho de Turista, Lda



Aqui Homens e Mulheres
trabalharam, rezaram e lutaram
Heroicamente viveram e morreram
para defender o que lhes era mais querido.



Foto Olho de Turista, Lda

Na Igreja de Santa Maria
Um coração arruinado deste castelo
Parece insistir em bater
A cada passo um silêncio
apaziguante,
insiste sussurar ao ouvido
nomes daqueles que jogaram,
neste palco, a vida e a morte.


Foto Olho de Turista, Lda


Este quase poema acabei de o escrever.
São algumas das sensações que eu vivi numa manhã fria à descoberta, desta aldeia que hoje insistem em esquecê-la.

É uma aldeia genuinamente medieval, onde é possível imaginar, viajar no tempo e interiorizar na flor da pele vivências tão simples do quotidiano medieval.

São emoções indescritivéis que absorvem qualquer um e não deixa ninguém indiferente a ela.

Escrito por Susana Falhas



Gostou desta nova abordagem? Deixe o seu comentário e na próxima semana continuaremos a descobrir mais coisas de Castelo Mendo.

Não deixe de espreitar o blogue Aldeia da minha vida (clique aqui)

Estão presentes textos de participantes de grande valor (bloguistas e não bloguistas ) mostrando o melhor da sua aldeia portuguesa, de norte a sul país.

Visite, leia, releia , faça comentários e se gostar vote no melhor texto .

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Blogagem Colectiva "Aldeia da minha vida" começa amanhã!


Para comemorar o Dia de Portugal, a Olho de Turista, proprietária do blogue das Aldeias Históricas de Portugal está a dinamizar a blogagem Colectiva sobre a "Aldeia da Minha Vida",com o patrocínio da Pousada de Monsanto , que oferece um fim de semana para duas pessoas, com pequeno -almoço incluído.
Pretendemos com esta blogagem promover o património do nosso país, bem escondido pelas aldeias do interior , infelizmente condenado ao esquecimento .
Vamos sacudir a nossa memória , contrariar esse esquecimento, desvalorização e mostrar a todos os belos recantos portugueses merecedores da atenção.


A partir de amanhã , dia 9 até 28 de Junho , inicia-se a Blogagem Colectiva "Aldeia da Minha Vida" no blogue :

http://www.aldeiadaminhavida.blogspot.com/


Saiba quem vai participar e escolha o melhor conjunto de texto e imagens da " Aldeia da minha vida".

Ficamos a aguardar por si!

Uma passagem ligeira por Castelo Mendo

Desta vez a nossa viagem a Castelo Mendo vai ser mais curta…

Deixo-vos um vídeo para apreciarem Castelo Mendo… e no post que segue, uma lenda desta belissima aldeia.






Video: OLHO DE TURISTA, LDA

A lenda dos jovens seminus

O monstro e o ermitão é uma lenda popular que deve ter surgido para explicar um curioso ritual que durou séculos: Todos os anos a população de Castelo Mendo enviava um grupo de rapazes seminus da cintura para cima à festa da Senhora de Sacaparte, que se realiza numa aldeia vizinha chamada Alfaiates.(…) (1)”

De uma forma abreviada, vou contar a razão desse ritual.

Tudo começou porque todos os anos, no início da Primavera, desaparecia sempre alguém na terra. A população aflita, nada sabia do paradeiro desses jovens e especulava-se mil e uma situações que explicassem esses mistérios, de que seriam vítimas. Com medo de calhar a sua vez, as mães evitavam até mandar os filhos sozinhos pelo campo… Mas todas as precauções eram em vão: estava mais que certo que todos os anos desaparecia um rapaz da aldeia.

Até que um dia, três aldeões : um viúvo, um casado e um solteiro resolveram consultar um velho ermitão, com fama de sábio, que vivia a léguas da aldeia, numa dobra da serra. Demoraram vários dias a encontrá-lo na sua toca do ermitão, vestido de farrapos, com uma longa e comprida barba branca, a recolher mel das abelhas.
O ermitão recebeu-os oferecendo-lhes a comida que tinha: mel, frutos silvestres, e leite de cabra. Ouviu-os atentamente e prometeu que lhes daria a resposta certa, de madrugada. Ansiosos, ficaram acordados a noite toda à espera da resposta.

“Da boca do ermitão saiu uma lengalenga que não só dava a chave do mistério, como apresentava a solução:

Nestas terras por azar
Anda um monstro traiçoeiro
Ai de quem ele avistar
Que o engole logo inteiro

Para este mal acabar
Oiçam-me bem esta rima
Dezoito moços hão-de-andar
Nus da cintura para cima

E assim mesmo hão-de andar
À Senhora de Sacaparte
Para o monstro ali vencer
Apenas com esta arte.(1)”

Ouvidas as palavras, os três homens agradeceram e partiram para a aldeia. Quando chegaram, o povo quis ouvir vária vezes as palavras ditas pelo ermitão. Tantas foram as vezes que ficou no ouvido esta rima:

“Mandar moços seminus
À Senhora de Sacaparte?
Se essa é a solução
Pois lá irão”

E assim se cumpriu esse ritual anos e anos na romaria em honra de Nossa Senhora de Sacaparte em Alfaiates, uma aldeia vizinha. Durou até há cerca de cem anos atrás, quando um bispo pôs termo ao ritual.

Actualmente não há memória desse ritual, apesar de continuar essa romaria.


Até à próxima segunda-feira!
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observações:
(1) Magalhães, Ana Maria, Lendas e segredos das Aldeias Históricas de Portugal, Comissão Coordenadora da Região Centro, Março de 2002.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Escute a Rádio Voz Mangualde hoje!


Esta noite (3 de Junho), entre as 21 e as 23 horas, a Olho de Turista será entrevistada no programa “Burn “da Rádio Voz de Mangualde.


O tema da entrevista é sobre a Blogagem Colectiva “Aldeia da minha vida” em que Susana Falhas, sócia da empresa Olho de Turista, Lda , está a convocar para os dias 9 e 10 de Junho, a propósito das Comemorações do Dia de Portugal, dia de Camões, bem como das Comunidades Portuguesas no Resto do Mundo.


Quem quiser acompanhar a entrevista na Rádio Voz de Mangualde, poderá faze-lo ouvindo na frequência 107.1 FM ou pela via Internet: http://www.radiomangualde.com/ .


É uma boa oportunidade para saber mais sobre essa blogagem e esclarecer dúvidas, falando connosco em directo (através do telefone da rádio 232 612 363).

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Para recapitular...

Na nossa viagem, que começou em finais de Janeiro deste ano, já passámos pelas lindas Aldeias :
  • Marialva, Concelho de Mêda,;
  • Castelo Rodrigo, Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo;
  • Almeida (Concelho)

E na semana passada entrámos, muito suavemente em Castelo Mendo outra Aldeia Histórica que pertence ao Concelho de Almeida.

Vou confessar-vos uma coisa: só hoje descobri como colocar no blogue o mapa do google. Mas como vale mais tarde do que nunca, aqui está o percurso que já fizémos, até agora.




Ver A nossa viagem pelas Aldeias Históricas de Portugal num mapa maior

É claro que faltam muitas Aldeias para descobrir, pois para quem não sabe, são doze:

  • Almeida;
  • Belmonte;
  • Castelo-Mendo;
  • Castelo-Novo;
  • Castelo Rodrigo;
  • Idanha-a-Nova
  • Linhares da Beira
  • Marialva
  • Monsanto
  • Piódão
  • Sortelha
  • Trancoso

Ainda não falei delas, porque estou a fazer uma espécie de viagem com vocês, seguindo uma rota, como já poderão visualizar parte dela no mapa. Mas quando chegar a vez delas, terão o seu "lugar ao sol "tão bem merecido como estas , que andei a divulgar desde finais de Janeiro.

Origens de Castelo Mendo

Foto: OLHO DE TURISTA, LDA


Castelo Mendo é uma terra com uma longa História, cuja passagem humana deixou a sua marca, ainda que intercalada de sucessivos abandonos.


Começou por ser um castro neolítico, que inicialmente se transformou num “oppidum” romano, seguindo-se num castro lusitano, que por sua vez foi convertido numa fortaleza durante a reconquista cristã, como “ base de ocupação militar e de centro político e administrativo” (1).
Mas a verdadeira origem do nome " Castelo Mendo" continua incógnita, pois há quem considere que a primeira povoação tenha surgido na "baixa". Pensa-se que a terra não se chamaria, inicialmente, Castelo Mendo, mas teria sido assim baptizada com o nome do seu primeiro alcaide "Meenedus Menendi", que foi último a assinar o primeiro foral concedido por D. Sancho I, em 1229.


Foto: OLHO DE TURISTA, LDA


" No subconsciente local ainda hoje se mantém vivo o alcaide D. Mendo Mendiis que tinha por função tomar a si a defesa do castelo que lhe tomou o nome : Castello Menendo. Numa parede do velho tribunal está aplicada uma gárgula a que o povo denomina de «o Mendo». (...) a menda, esta encontra-se em parede fronteira ao citado edifício do Tribunal e Porta de D. Sancho que ostenta orgulhosamente, na sua base, o símbolo heráldico d’El Rei que lhe deu o foral".
São "(...) símbolos anatómicos do homem, desse herói povoador que desbravou Riba Côa na convicção de afirmar Portugal, unindo-se conceitualmente ao sonho de um rei!..."(2)

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Observações:
(1) Carvalho, Castelo Mendo, um conjunto histórico a preservar, edição do autor, 2ªa edição, 2000.
(2) Borges, Mouzinho, Castelo Mendo: o sonho de um rei, Câmara Municipal de Almeida, 1998.